Mantendo o Peso Durante o Isolamento

|

Flávia Libonati

Durante a permanência forçada em casa, você pode ter tido a impressão de que a sua calça encolheu. Infelizmente, isso não é verdade. Sua calça é a mesma, mas a sua cinturinha… O fato é que nem todo mundo teve a disciplina de fazer exercícios em casa nesse período confuso e turbulento que ainda estamos passando. Pesquisa realizada pela fabricante de monitores de atividade física Fitbit analisou os dados de quatro milhões de usuários em todo o mundo em março e junho. O número médio de passos dados por dia durante o isolamento, causado pela pandemia do Covid19 , caiu drasticamente em comparação com os mesmos períodos em 2019. No Brasil, a queda foi de 17,4%.

Como, nutróloga e endocrinologista, posso afirmar que a pandemia, por todo seu contexto de confinamento em casa, por si foi um fator que levou muitas pessoas ao ganho de peso e à dificuldade de emagrecimento. Lembro, ainda, o que está por trás disso: ansiedade, pânico, medo, que precisam ser avaliados por um especialista.

Mas nem tudo está perdido! Para voltar a ser como era antes da quarentena, é necessário se dedicar a algumas práticas: praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável (rica em frutas, legumes e verduras) e dar mais atenção ao lado emocional.

A atividade física deve ter, de preferência, no mínimo 30 minutos de duração, que é quando o metabolismo começa a queimar nossas reservas calóricas. O corpo tende a diminuir o gasto calórico, sendo preciso aumentar a frequência e, se possível, o tempo de atividade física.

Para alcançar o resultado desejado, é preciso ter paciência e persistência. Isso porque perdas rápidas podem ser interpretadas pelo organismo como um pedido de socorro urgente, o que pode levar ao ganho de peso novamente.

Também ressalto a importância do lado psicológico no processo de manutenção e/ou perda de peso. Muitas vezes, a terapia pode ser uma aliada para a redução da ansiedade e, consequentemente, do peso. Muitos descontam na comida o desequilíbrio emocional, mas há também quem pare de comer. Depende da maneira como cada indivíduo reage, sendo indispensável o olhar individualizado por parte de nós, médicos.

É fundamental buscar relaxar para reduzir a ansiedade causada por esses dias conturbados. Praticar ioga, fazer meditação, ouvir música, ler, ter contato com a natureza, fazer carinho em animais de estimação…são apenas algumas dicas.

Qualquer atividade que faça você se sentir bem é válida. Uma boa opção para quem está ainda isolado é praticar dança em casa (ou qualquer outra atividade que reúna prazer com o aumento dos batimentos cardíacos).

Com disciplina e atenção aos mecanismos que fizeram o ponteiro da balança subir, aquela calça (do início da matéria) pode até ficar larguinha!