Sabe aquele momento em que o estresse bate forte e, de repente, parece impossível resistir a um doce ou a um lanche gorduroso? Isso não é falta de força de vontade — é uma resposta fisiológica e emocional que precisa de acolhimento, não de culpa.
O estresse crônico mexe com todo o nosso sistema hormonal. Ele aumenta os níveis de cortisol, o que, por sua vez, interfere na regulação da fome e da saciedade. Isso pode gerar um aumento na vontade de comer, especialmente alimentos ricos em açúcar, gordura e sal — os chamados “confort foods”.
Além disso, há um impacto no eixo intestino-cérebro. Quando estamos estressados, a microbiota intestinal sofre e a produção de neurotransmissores, como a serotonina, é reduzida. O resultado? Ansiedade, compulsão e baixa saciedade emocional.
Mas há como quebrar esse ciclo com estratégias que envolvem mais carinho e menos rigidez. Priorizar alimentos naturais, ricos em fibras, magnésio, triptofano e vitaminas do complexo B ajuda a modular o humor e a reduzir episódios de compulsão. Criar uma rotina alimentar estruturada, com pausas para comer com calma e consciência, também é essencial.
Práticas como a respiração profunda, meditação, atividade física prazerosa e sono de qualidade completam esse cuidado. E lembrar sempre: autocuidado é um processo, não uma cobrança. Comer sob estresse não nos define — mas pode ser o ponto de partida para um novo olhar sobre nossas emoções e escolhas.